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Orçamento 2025: Bolsa Família Perde R$ 7,7 Bi

Em 2025, milhões de brasileiros podem sentir o peso de um corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família, enquanto o Auxílio Gás ganha um reforço para aliviar o bolso. Nesta quarta-feira, 12 de março, o governo Lula enviou ao Congresso um ofício pedindo ajustes no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Assinado pela ministra Simone Tebet, do Planejamento, o documento prevê reduzir o Bolsa Família — hoje pilar para 21 milhões de famílias — em cerca de 10% do seu orçamento. Já o Auxílio Gás, que beneficia 5,6 milhões de lares, terá R$ 3 bilhões a mais, mirando 20 milhões de usuários até 2026. O governo justifica o remanejamento como ‘prioridade emergencial’ e promete um pente-fino contra fraudes.

O senador Carlos Almeida, aliado do governo, defendeu o corte no Bolsa Família, afirmando que ‘o foco é eliminar beneficiários irregulares que burlam as regras de renda’. Segundo ele, auditorias recentes identificaram milhares de cadastros suspeitos. Enquanto isso, a ampliação do Auxílio Gás reflete a alta no preço do botijão, que hoje custa R$ 120 em média — um peso para famílias pobres. Para Maria Silva, mãe solo de três filhos em São Paulo, o Bolsa Família é a diferença entre comer ou passar fome. ‘Se cortarem, não sei como vamos sobreviver’, desabafa. Já o gás, ela diz, ‘ajuda, mas não resolve tudo’. Especialistas alertam: o corte de R$ 7,7 bilhões pode atingir 1,5 milhão de famílias. O Congresso vota o PLOA na próxima semana, sob pressão da oposição e de movimentos sociais que prometem protestar contra o ajuste.

Em 2023, o governo Lula injetou R$ 70 bilhões no Bolsa Família via PEC da Transição, prometendo erradicar a pobreza extrema. O corte de R$ 7,7 bilhões em 2025, porém, marca uma guinada. Para o economista João Mendes, ‘o ajuste reflete o arcabouço fiscal, mas pode custar caro politicamente’. Ele aponta que o Auxílio Gás, apesar do reforço de R$ 3 bilhões, ainda cobre apenas 50% do custo médio do botijão por família. Historicamente, o Bolsa Família já enfrentou reduções, mas nunca tão abruptas no governo petista. A oposição critica: ‘É um retrocesso social’, diz o deputado Rafael Lima. Já o Planalto aposta que a ampliação do Auxílio Gás amenize as críticas. Enquanto isso, beneficiários temem o pior.

O destino do Orçamento 2025 será definido na próxima semana, quando o Congresso votar o PLOA sob os olhares da sociedade. O corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família pode gerar uma onda de protestos, enquanto a ampliação do Auxílio Gás, que sobe para R$ 3,6 bilhões, é vista como alívio parcial num cenário de inflação persistente. ‘O governo tenta equilibrar as contas, mas o preço recai sobre os mais pobres’, avalia a socióloga Ana Costa. Para milhões de famílias, como a de Maria Silva, o futuro é incerto: menos renda fixa e um gás que não cobre todas as necessidades. O embate no Legislativo promete ser quente, com a oposição cobrando promessas de campanha e o Planalto defendendo o ajuste. A grande questão permanece: até que ponto o rigor fiscal pode custar a dignidade de quem mais precisa?

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