Luís Roberto Barroso se despede da presidência do STF e afirma que Corte cumpriu papel apesar de custos pessoais
O ministro Luís Roberto Barroso se despediu nesta quinta-feira (25) da presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) em sua última sessão plenária no cargo. Em um discurso marcado por reflexões sobre os desafios enfrentados pela Corte, Barroso destacou que o tribunal conseguiu cumprir sua missão de proteger a democracia, mesmo diante de “custos pessoais” decorrentes de decisões polêmicas.
STF e o papel na defesa da democracia
Durante sua fala, Barroso ressaltou que, ao longo dos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal assumiu protagonismo em temas que muitas vezes deveriam ter sido debatidos e decididos pelo Congresso Nacional. Segundo o ministro, isso se deve ao cenário de polarização política no Brasil e às dificuldades do Legislativo em construir consensos.
Apesar das críticas ao modelo institucional, Barroso lembrou que o país viveu 37 anos de democracia estável, sem episódios de desaparecimentos políticos, tortura, aposentadorias compulsórias ou censura à imprensa desde a promulgação da Constituição de 1988. Para ele, essa estabilidade é resultado da atuação das instituições democráticas, com papel central do STF.
Custos pessoais e ataques sofridos
Sem citar nomes diretamente, Barroso fez menção aos processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e à tentativa de golpe de Estado, tema que mobilizou a Corte em julgamentos recentes. Ele também destacou os ataques que ministros do Supremo e seus familiares sofreram, inclusive com sanções econômicas impostas por outros países, como os Estados Unidos.
Barroso classificou essas pressões e desgastes como “custos pessoais”, mas reforçou que o STF não se intimidou e continuou exercendo sua função de guardião da Constituição.
Transição no comando do STF
Com a saída de Luís Roberto Barroso da presidência, o ministro Edson Fachin assume o comando do Supremo Tribunal Federal na próxima segunda-feira (29). A expectativa é de continuidade no compromisso da Corte com a defesa das instituições democráticas e dos direitos fundamentais.
Conclusão
A despedida de Barroso marca um capítulo importante na história recente do STF. Sua gestão foi marcada por enfrentamentos, decisões de grande repercussão política e ataques sem precedentes à Corte. Mesmo assim, o ministro destacou que o tribunal cumpriu “muito bem” seu papel de garantir a ordem democrática no Brasil.














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