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Fábrica clandestina de bebidas em Jundiaí

Denúncia e verificação inicial

Uma denúncia recebida no gabinete de um vereador de Jundiaí levou à verificação de um imóvel suspeito de funcionar como fábrica clandestina de bebidas alcoólicas. Segundo o relato dos responsáveis pela checagem, a denúncia apontava que produtos adulterados — misturas com metanol e etanol — estavam sendo produzidos e distribuídos na região de Jundiaí e adjacências, causando casos de cegueira e mortes. Diante da gravidade das informações, a equipe foi ao local para constatar se a denúncia procedia.

Ao chegar, encontraram o portão da residência aberto; o imóvel estava cercado, mas aparentemente não habitado de forma contínua, o que reforça a hipótese de utilização esporádica do espaço para fabricação e posterior retirada da produção.

O flagrante: o que foi encontrado no local

No interior e nos fundos da casa foram constatados diversos indícios de produção e embalagem em escala:

  • Estrutura improvisada para fabricação e envase de bebidas (bombas, mangueiras, tambores e barris).
  • Grande quantidade de garrafas vazias e embalagens prontas para serem reutilizadas.
  • Rótulos e selos falsificados que simulavam padrões de qualidade de marcas comerciais.
  • Recipientes com essências (por exemplo, essência de maçã) e aditivos usados para “tonalizar” e dar aroma aos produtos.
  • Vários barris que, conforme o relato, estavam cheios de metanol — apontado como a principal causa de intoxicações graves.
  • Presença de produtos identificados como vodkas, gins e uísques, além de um forte odor alcoólico no local.

Os responsáveis pelo flagrante também registraram condições de higiene precárias: mangueiras e pontos de abastecimento de água sujos, recipientes e instalações com aspecto improvisado e sujo — elementos que aumentam o risco de contaminação e agravam o perigo de incêndio ou explosão.

Indícios de risco para a comunidade

Os relatos destacam vários riscos imediatos e sérios:

  • Risco de intoxicação por metanol: o uso desse composto (ou de etanol adulterado) em bebidas pode causar cegueira e morte. O narrador afirma que “tem gente ficando cega, gente morrendo” por conta do consumo dessas bebidas.
  • Perigo de incêndio e explosão: o produto final e os insumos utilizados são altamente inflamáveis; as instalações improvisadas e a falta de medidas de segurança aumentam consideravelmente o risco de acidentes que atingiriam não só os ocupantes do imóvel, mas todo o bairro.
  • Exposição de crianças e moradores: foram encontrados indícios de que crianças já frequentaram o local (camas e itens infantis), além da preocupação com o efeito danoso sobre vizinhos e usuários do produto.
  • Circulação no mercado local: a produção seria distribuída para adegas e estabelecimentos da região, o que amplia a escala do problema e o número de consumidores potencialmente expostos à bebida adulterada.

Modo de operação e indícios de falsificação

O funcionamento descrito no local segue um padrão de falsificação em série:

  1. Lavagem e reutilização de garrafas — economizando custos e dando aparência de produto original.
  2. Aplicação de rótulos e selos falsos — para simular autenticidade e facilitar a venda nas adegas e no varejo local.
  3. Uso de essências e “tonalizantes” — para imitar sabores e aromas de bebidas comercialmente conhecidas (whisky, vodka, gin).
  4. Mistura com substâncias perigosas — metanol e etanol de procedência duvidosa (descritos como “álcool de posto de gasolina”), que tornam a bebida tóxica.

O relato enfatiza que o objetivo dos falsificadores é imitar produtos de marca — inclusive reproduzindo selos e padrões de qualidade aparentes — para enganar consumidores e maximizar lucros, sem qualquer preocupação com a vida humana.

Repercussão e posicionamento das autoridades no local

Os responsáveis pela investigação improvisada no local demonstraram indignação e classificaram a atividade como homicídio — pelo potencial letal da produção e pela recorrência de casos de cegueira e mortes atribuídas ao consumo das bebidas adulteradas. Há um apelo explícito por ação legal e fiscalização mais rigorosa, além de críticas às adegas e compradores que, segundo o relato, podem estar coniventes ao adquirir essas bebidas sabendo de sua origem duvidosa.

Os relatores também mencionaram a necessidade de mudanças legislativas e de maior rigor na punição de quem produz e comercializa bebidas falsificadas, bem como de medidas punitivas contra compradores que se beneficiem desse mercado ilegal.

Ação das autoridades e compromisso público

Ao encerrar a vistoria, o responsável pela checagem — identificado no relato como Leandro Bação — afirmou publicamente o compromisso de levar o caso às instâncias de segurança e fiscalização. Segundo ele, as Forças de Segurança, a Guarda Municipal de Jundiaí e a Polícia Civil do Estado de São Paulo serão acionadas oficialmente para dar continuidade às investigações e às medidas de repressão à atividade clandestina.

No tom direto do flagrante, houve a promessa de atuação enérgica: “Eu vou atuar. As Forças de Segurança. A Guarda Municipal de Jundiaí. A Polícia Civil do estado de São Paulo. A gente vai pra cima.” O relato reforça que a intenção das autoridades locais é não apenas apreender o material encontrado, mas também identificar e responsabilizar criminalmente os envolvidos na produção e na distribuição das bebidas adulteradas.

Itens apreendidos e provas documentadas

Durante a ação foram recolhidos e registrados diversos elementos que configuram material probatório, incluindo:

  • Barris e tambores com substâncias indicadas como metanol e etanol de procedência duvidosa.
  • Garrafas vazias e embalagens prontas para envase, usadas para reinserir produtos no mercado.
  • Rótulos e selos falsificados destinados a simular produtos de marcas consagradas.
  • Essências, aditivos e insumos utilizados para “tonalizar” bebidas.
  • Equipamentos de envase e bombas empregadas na operação.

Esses itens, segundo os responsáveis pelo flagrante, eram suficientes para caracterizar uma operação estruturada de falsificação em escala, com risco comprovado à saúde pública e à segurança da vizinhança.

Enfâse na responsabilização — produtores e compradores

O narrador do flagrante fez um apelo explícito por medidas não apenas contra os fabricantes, mas também contra os compradores e distribuidores que adquirem e revendem bebidas sabidamente de origem duvidosa. No relato, há uma acusação de conivência de parte do comércio local (adegas e varejistas), com a recomendação de que quem compra sabendo da procedência irregular também responda criminalmente, por ser coautor no dano causado às vítimas.

Riscos imediatos e sociais

O caso revela impactos que vão além da saúde individual dos consumidores:

  • Impacto sanitário: intoxicações graves por metanol, com relatos de cegueira e mortes.
  • Risco de acidentes: manuseio de insumos inflamáveis em instalações improvisadas, com potencial de incêndio ou explosão, expondo moradores e crianças.
  • Erosão da confiança no mercado local: consumo de produtos falsificados que imitam marcas reconhecidas, afetando consumidores e comerciantes honestos.
  • Vulnerabilidade social: ocorrência do crime em áreas residenciais e a presença de crianças no local agravam a responsabilidade do poder público.

Próximos passos esperados

Com base no relato e nas apreensões mencionadas, os próximos procedimentos esperados são:

  1. Registro formal da ocorrência junto à Polícia Civil e instauração de inquérito para identificar responsáveis, fornecedores e pontos de distribuição.
  2. Perícia técnica nos materiais apreendidos (barris, líquidos, rótulos e equipamentos) para confirmar a presença de metanol e outras substâncias tóxicas.
  3. Apreensão e destruição do estoque perigoso seguindo protocolos de segurança ambiental e sanitária.
  4. Ações de fiscalização nas adegas e pontos de venda da região para identificar circulação da mercadoria falsificada.
  5. Campanha de alerta à população informando sobre os riscos e orientando consumidores sobre como identificar bebidas potencialmente adulteradas.
  6. Medidas legais e administrativas para responsabilizar produtores, distribuidores e compradores coniventes, além de revisões normativa/legislativas caso necessário.

Convocação à vigilância comunitária

O episódio evidencia a importância da vigilância comunitária e da denúncia ativa: vizinhos e consumidores que suspeitam da origem de bebidas devem comunicar as autoridades competentes para evitar novos casos de intoxicação. No relato final, a postura das autoridades locais foi de tolerância zero com a atividade: “Vagabundo não se cria não aqui” — uma declaração que traduz a determinação em interromper essa rede de produção e distribuição ilegal.

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