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Pai Carrega Filha em Saco Plástico para Cruzar Rio: A História que Inspirou uma Ponte no Vietnã

A chuva castiga o vilarejo montanhoso no norte do Vietnã. Lam, 40 anos, calça suas botas gastas e pega um saco plástico resistente. Sua filha Minh, de 8 anos, o observa com olhos brilhantes. “Você vai chegar seca, minha pequena”, ele diz, amarrando o saco ao redor dela com cuidado. O rio à frente ruge, suas águas barrentas engolindo as margens. Lam ergue Minh nos ombros e entra na correnteza, o frio cortando suas pernas. Do outro lado, ele a solta, e ela sorri, segura.

onte no Vietnã

Mas o rio é só o começo. Junto a outras crianças, Minh segue o pai por uma trilha íngreme de 15 quilômetros. A lama suga os pés, e o vento sopra forte, mas elas cantam uma velha canção vietnamita, suas vozes ecoando entre as árvores. Lam olha para trás, lembrando sua própria infância: os livros molhados, os sonhos quase afogados. “Não queria isso pra você”, murmura. Após cinco horas, a escola aparece, um prédio simples no topo da montanha. Minh corre para a sala, e Lam suspira, exausto. A travessia diária é um sacrifício silencioso

Na escola, a professora Hoa, de 35 anos, observa as crianças chegarem encharcadas, apesar dos sacos plásticos. Cansada do descaso, ela pega o celular e filma: Lam atravessando o rio com Minh, a trilha escorregadia, os rostos exaustos. “Isso é o que eles enfrentam por educação”, narra, postando o vídeo online com um apelo. Em dias, #PonteParaMinh viraliza. Internautas do Vietnã e além compartilham, doam, pressionam. Lam, surpreso, vê estranhos falarem de sua filha.

Semanas depois, o Ministério dos Transportes cede. Engenheiros chegam ao vilarejo, botas brilhantes contrastando com a lama. Lam os guia pela trilha, Minh ao seu lado, segurando um desenho: uma ponte simples, com flores nas margens. “É assim que eu vejo”, ela diz, tímida. Os técnicos escutam, impressionados. Após horas de medições, anunciam: o projeto é viável. À noite, a comunidade se reúne

Vocês fizeram isso acontecer”, diz aos aldeões e aos internautas que ainda acompanham online.

Minh corre pela ponte, leve, os 15 quilômetros agora reduzidos a minutos. Na escola, ela mostra o desenho da ponte, guardado como relíquia. “Era só um sonho”, fala, sorrindo. Lam a observa da margem, orgulhoso. O Ministério anuncia: outras vilas terão pontes, inspiradas por #PonteParaMinh. O rio, antes barreira, virou símbolo de união.

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