Crédito Consignado 2025: Juros Baixos ou Armadilha para o Bolso?
João, 45 anos, trabalhador CLT, viu no crédito consignado a chance de reformar a casa. A promessa era sedutora: juros baixos, parcelas descontadas direto do salário, sem complicação. Pegou R$ 10 mil, com prestações que pareciam caber no bolso. Dois anos depois, ele ainda paga, e o dinheiro que sobra mal dá para o básico. O que era facilidade virou um peso. Histórias como a de João estão se multiplicando em 2025. Desde março, trabalhadores da iniciativa privada podem comprometer até 35% da renda com consignado, enquanto aposentados do INSS agora têm até 96 meses para quitar o empréstimo. Parece um alívio, mas os números preocupam: em janeiro, 76% das famílias brasileiras estavam endividadas, segundo dados recentes. O consignado, que já foi exclusivo de servidores e aposentados, agora alcança mais gente, mas será que todos entendem o risco? Juros menores que o cartão de crédito – em média 1,8% ao mês contra 10% – atraem, mas prazos longos e descontos automáticos podem prender sua renda por anos. O sonho do dinheiro fácil tem um custo. E você, já parou para calcular o preço real dessa escolha?
Pode Custar Caro
Milhões de brasileiros veem no consignado uma saída rápida, mas o alívio inicial esconde uma armadilha. Imagine: você ganha R$ 3.000 por mês. Com o limite de 35%, até R$ 1.050 podem ser descontados automaticamente. Some isso a outras contas – aluguel, luz, mercado – e o que sobra? Muitas vezes, nada. O consignado oferece juros baixos, sim – 1,8% ao mês para o INSS é bem menos que os 10% do crédito rotativo. Mas, com 96 meses de prazo, um empréstimo de R$ 10 mil pode virar quase R$ 18 mil no final, dependendo da taxa. É um compromisso que atravessa anos, enquanto imprevistos não esperam. Antes de assinar, pergunte: ‘Preciso mesmo disso agora?’ Se a resposta for sim, compare taxas entre bancos, fuja de prazos longos demais e cheque quanto da sua renda já está comprometida. Alternativas como poupar ou renegociar dívidas existentes podem valer mais. O consignado não é vilão, mas exige cuidado. Não deixe que o sonho do dinheiro fácil vire um pesadelo no seu bolso.
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